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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Resumo da crônica " Um punhado de farinha"

                                                    Livro Para Gostar de Ler
                                      Volume 17 Crônicas
                                        Cenas Brasileiras
                                           Editora Ática
                                 Autora Raquel de Queiroz




                          Crônica " Um punhado de  Farinha "
Resultado de imagem para capa do livro para gostar de ler  volume 17



Diz que um velho saiu de sua fazenda para visitar o seu filho, três léguas de distância ao nascente.
O filho mandou matar um carneiro bem gordo, e pôs o bicho todo a mesa.
Comida a carne, veio a rapadura e depois o cafezinho.
E depois de tomar o café, o velho enfiou a colher no prato de farinha e jogou um punhado de farinha na boca.
Dois vizinhos que estavam na mesa, se olharam e sorriram.
Mas o filho ficou muito irado e levantou-se do seu lugar:
- Meu pai, o senhor não pode me desfeitar desta maneira em minha casa.
Se o senhor ainda estava com fome era só falar, não precisava comer farinha seca.
O velho se voltou admirado; meu Deus, que bobagem. Então ele não se lembrava que era uma antiga mania, depois do almoço ou jantar, comer um punhado de farinha seca? 
Ele tentou explicar ao filho, que não era fome, mas sim um vício.
Mas o rapaz estava muito alterado.
Chamou a mulher e mandou preparar um frango bem gordo e dois litros de pirão de farinha para o velho comer.
O pai fez menção de ir embora , mas se viu ameaçado pelo filho, que obrigou a comer tudo, antes de partir.
Depois de comer tudo, o velho amaldiçoou o filho desalmado, pediu castigo do céu para ele.
Foi tão medonho que todo mundo ali ficou arrepiado, menos o filho.
Diz que o velho, chegou em casa e nem apeou do cavalo; caiu , já morto.
O filho, desgraçado, desde aquela hora em que foi amaldiçoado, nunca mais conseguiu engolir nada, sua natureza só pedia farinha seca, que quase morria engasgado.
Foi esmirrando, até não aguentar mais de fraqueza. 
Um dia , já não aguentando mais, teimou em comer a farinha e foi aquela que o matou, sufocado.
Era ver o enforcado; e o povo diz que é assim mesmo: maldição de pai à forca leva.

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